Queda de desempenho do Flamengo no segundo tempo se repete nos últimos jogos

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Dos seis gols sofridos na “Era Tite”, cinco saíram na etapa final; técnico evitou falar da parte física

Quarenta e cinco minutos mais acréscimos. A duração de cada período de um jogo de futebol parece passar diferente ultimamente para os rubro-negros. Enquanto no primeiro tempo o Flamengo vem se sobressaindo, o segundo se arrasta em meio à queda de produção. O desempenho ruim na etapa final do Fla-Flu, que terminou em 1 a 1 e deixou o time mais longe da disputa pelo título brasileiro, não foi um problema pontual.

Ao longo da temporada, o Flamengo sempre conseguiu fazer mais gols do que sofrer no segundo tempo dos jogos. No primeiro semestre (que engloba duelos contra adversários tecnicamente mais fracos no Campeonato Carioca), o time marcou 44 e levou 28 nas etapas finais das partidas. No segundo semestre, o número começou a mudar e ser mais equilibrado: 19 gols a favor e 15 contra. E a recente “Era Tite” contribuiu com essa estatística.

Em sete jogos até aqui desde a chegada do treinador, o Flamengo estufou as redes 12 vezes, mas só três nos segundos tempos. Por outro lado, cinco dos seis gols sofridos no período aconteceram nas etapas finais. E não é só pelo número de bolas que entra que é possível perceber a queda de rendimento da equipe. A média de finalizações rubro-negras na segunda metade dessas partidas foi de 2,7, enquanto dos adversários foi de 8,7

Cruzeiro 0 x 2 Flamengo
2º tempo: 0 gols pró e 0 contra
finalizações rubro-negras: 5 no 1º tempo / 4 no 2º tempo
finalizações adversárias: 1 no 1º tempo / 10 no 2º tempo
Flamengo 1 x 0 Vasco
2º tempo: 1 gol pró e 0 contra
finalizações rubro-negras: 7 no 1º tempo / 3 no 2º tempo
finalizações adversárias: 7 no 1º tempo / 10 no 2º tempo
Grêmio 3 x 2 Flamengo
2º tempo: 0 gols pró e 3 contra
finalizações rubro-negras: 6 no 1º tempo / 2 no 2º tempo
finalizações adversárias: 4 no 1º tempo / 7 no 2º tempo
Flamengo 1 x 2 Santos
2º tempo: 0 gols pró e 1 contra
finalizações rubro-negras: 6 no 1º tempo / 2 no 2º tempo
finalizações adversárias: 9 no 1º tempo / 6 no 2º tempo
Fortaleza 0 x 2 Flamengo
2º tempo: 1 gol pró e 0 contra
finalizações rubro-negras: 5 no 1º tempo / 2 no 2º tempo
finalizações adversárias: 4 no 1º tempo / 14 no 2º tempo
Flamengo 3 x 0 Palmeiras
2º tempo: 1 gol pró e 0 contra
finalizações rubro-negras: 8 no 1º tempo / 4 no 2º tempo
finalizações adversárias: 5 no 1º tempo / 7 no 2º tempo
Flamengo 1 x 1 Fluminense
2º tempo: 0 gol pró e 1 contra
finalizações rubro-negras: 9 no 1º tempo / 2 no 2º tempo
finalizações adversárias: 6 no 1º tempo / 7 no 2º tempo

Dos quatro jogos em que não sofreu gols, os mais “tranquilos” para o Flamengo foram nas vitória por 2 a 0 no Mineirão sobre o Cruzeiro, que mesmo assim finalizou 10 vezes no segundo tempo, e no 3 a 0 no Maracanã contra o Palmeiras, que teve um jogador expulso na volta do intervalo. No triunfo por 1 a 0 em cima do Vasco, Rossi salvou o time na etapa final, e no 2 a 0 no Castelão foi um sufoco, com 14 finalizações do Fortaleza e até bola na trave na segunda parte.

O Flamengo precisou trabalhar com diferentes preparadores físicos e metodologias de trabalho ao longo de 2023. Começou o ano com Mário Monteiro, da comissão técnico de Vítor Pereira. Depois trocou para Pablo e Mário Fernández, pai e filho que faziam parte da equipe de Jorge Sampaoli. Quando Pablo foi demitido após a agressão a Pedro, o clube contratou o uruguaio Nicolas Maidana. E com a chegada de Tite, o cargo é ocupado atualmente por Fábio Mahseredjian.

Em entrevista coletiva após o Fla-Flu no último sábado, Tite foi questionado se a queda de rendimento no segundo tempo tem relação com a parte física da equipe e como enxergava a preparação física do clube. Mas evitou tocar no assunto:

  • Eu gostaria que o Fábio respondesse isso. E eu não gosto de transferir e falar de trabalho dos outros. Eticamente não é o que… O que a gente tem que fazer é ajustar, nós sabemos das dificuldades, das adversidades todas, nosso jeito de imprimir ritmo como colocou… Estou gaguejando para dizer que não quero falar disso, pronto (risos). Não quero ser antiético, não me sinto bem.

Na saída do Maracanã no sábado, Cebolinha atribuiu a queda de rendimento no segundo tempo ao desgaste da sequência de jogos:

  • Acho que pesou um pouco, até falando por mim mesmo. A gente baixou um pouco a intensidade muito pelo cansaço. Foram dois jogos bem intensos, contra o Fortaleza também, uma viagem muito longa que você acaba não descansando da maneira necessária de um jogo para o outro. Contra o Palmeiras a nossa intensidade foi muito alta.

Com a última Data Fifa do ano, o Flamengo terá uma semana cheia para trabalhar a partir da reapresentação do elenco nesta terça-feira. Estão previstas ao menos oito sessões de treinos no período. O time de Tite volta a campo só no dia 23, quando recebe o Bragantino, às 21h30 (de Brasília) no Maracanã, em jogo atrasado da 30ª rodada do Brasileirão.

Fonte: Ge