Tricolor tem um a mais desde o primeiro tempo e poderia ter vencido por uma diferença maior do que a vista no Maracanã
A frase dita por Germán Cano, reaproveitando o mantra que guiou o Fluminense até o título da Conmebol Libertadores, dá o pontapé inicial da preparação para o Mundial de Clubes, com final na citada data. Autor do gol da vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, nesta quarta-feira, em jogo atrasado pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, o argentino trouxe a sensação de justiça ao resultado. No 11 contra 11, os cariocas foram melhores. Com um a mais, o placar ficou até magro.
Isso não é uma reclamação. Nem de longe. Mas é uma constatação. Num cenário normal, os torcedores do Fluminense poderiam deixar o Maracanã reclamando de que a vitória não foi por dois ou três gols de diferença. Mas faltando menos de um mês para o Mundial de Clubes, é fácil entender que é o momento de testar e preparar a equipe para o torneio que vem a seguir.
Primeiramente, é preciso registrar: o confronto “festivo” se limitou até o apito inicial. Fluminense e São Paulo não pouparam divididas, confusões e o clima esquentou durante boa parte do jogo. A ponto de Gabi Neves, do São Paulo, ser expulso após uma entrada para vermelho claríssimo em Thiago Santos. Isso mudou o jogo no ponto de vista tático, mas não esfriou os ânimos.
Taticamente, enfrentar um time com um jogador a menos foi bom para o Fluminense porque passou a controlar as ações e ser pouco ameaçado. Mesmo com uma série de desfalques, o ovacionado Fernando Diniz — vivendo um cenário muito diferente do visto neste mesmo Maracanã, com a Seleção Brasileira — conseguiu impor o seu estilo e poderia ter ido para o intervalo já em vantagem.
Porém, a expulsão se transformou numa espécie de cartão livre para o São Paulo exagerar no bate-boca — com a conivência da arbitragem. Parecia uma estratégia: quanto mais o jogo ficava pegado e reclamado, melhor para os paulistas que impediam a bola de correr. Quanto mais o Fluminense entrava nesse jogo, deixava de lado o seu diferencial: ter um jogador a mais e qualidade técnica de sobra para se sobressair com um a mais em campo.
Fernando Diniz entendeu isso cedo e voltou do intervalo com Lelê na referência do ataque. De quebra, o ímpeto mudou: os bate-bocas diminuíram consideravelmente. Com André no banco por causa do jogo da Seleção na noite anterior, Martinelli foi o escolhido para ir para a zaga na saída de David Braz. A pressão aumentou, a defesa ficou mais sólida — os contra-ataques puxados pelo São Paulo deixaram de existir — e virou uma questão de tempo até o placar ser aberto. Germán Cano tratou de cumprir o que se esperava.
Após o apito final, fica a sensação de que o Fluminense entrou de vez no modo preparação para o Mundial de Clubes. Ainda falta muito para 22 de dezembro, mas está cada vez mais próximo. Até lá, mais testes serão feitos. E se todas as partidas terminarem com vitória por 1 a 0, ninguém irá reclamar
Fonte: Ge