Movimentações e destaques individuais fazem jogo valer a pena para Tite, mas diferença técnica mostra que começo do Carioca não pode afetar preparação para o ano
Foi o começo de temporada pelo qual o torcedor do Flamengo esperava. Diante de um frágil Audax, o time impôs sua superioridade e, com facilidade, atropelou o adversário por 4 a 0 na estreia do Campeonato Carioca. Uma goleada digna da festa promovida pelos 44 mil torcedores presentes na Arena da Amazônia.
Dito isso, é importante destacar que a própria partida justificou a decisão da diretoria de manter o elenco principal em pré-temporada até o fim de janeiro e deixar as próximas duas rodadas a cargo da equipe sub-20. A facilidade encontrada pelo Flamengo na partida foi fruto de um desequilíbrio a cada ano maior entre o rubro-negro e os clubes pequenos do Carioca. Legítimo, então, dedicar o primeiro mês de trabalho à preparação para a temporada como um todo.
Os números do duelo mostram o tamanho da disparidade. Foram 29 finalizações rubro-negras (sendo impressionantes 14 na direção do gol) contra sete do Audax, que só conseguiu fazer com que uma dessas fosse na direção da meta do goleiro Rossi. A única defesa do arqueiro do Flamengo, por sinal, foi só aos 10 do segundo tempo, quando o placar já estava construído.
Toda esta superioridade se deve, sim, a méritos do Flamengo. Mas também à fragilidade do Audax. Sem poder ofensivo, o adversário do rubro-negro praticamente o deixou ficar com a bola e deu muitos espaços. Isso sem contar os erros individuais. Principalmente os do goleiro Leandro, que falhou grosseiramente no primeiro gol, marcado por Leo Pereira aos 3 minutos de jogo; e no quarto, de Varela, aos 2 da etapa final.
Apesar disso, não é justo dizer que o time principal do Flamengo não ganhou nada com esta partida. Como primeiro compromisso da temporada, ela serviu para os jogadores testarem movimentações treinadas com Tite. A utilização dos lados foi promissora. Com Cebolinha, Ayrton Lucas e Gerson aparecendo pela esquerda (não ao mesmo tempo, claro) e Luiz Araújo e Varela pela direita. Isso sem contar as aparições de Pulgar. Todos estes movimentos garantiram uma ocupação da área adversária bem ao jeito de que Tite gosta.
Individualmente, foram muitos os pontos positivos. Cebolinha, autor do terceiro gol, aos 41 do primeiro tempo, saiu-se bem tanto pela esquerda quanto pela direita. Varela aproveitou a oportunidade sendo ótima opção ofensiva pelo lado. Pedro, que marcou o segundo, aos 37 minutos, também deu trabalho. Assim como Luiz Araújo, Gerson e Arrascaeta. A verdade é que apenas a zaga e Rossi é que não foram exigidos.
Por outro lado, Gabigol segue em sua busca pela boa forma. O camisa 10 disputou todo o segundo tempo. Movimentou-se, aproveitou os espaços que apareceram, mas não foi bem nas conclusões.
Para este time, o próximo teste será no domingo, em amistoso contra o Philadelphia Union, time da MLS, a liga dos Estados Unidos, na Flórida. Seis dias depois,ele volta a campo contra o Orlando City.
Enquanto isso, o sub-20, sob o comando de Mário Jorge, enfrenta o Nova Iguaçu, domingo, em João Pessoa, pelo Carioca. Também seis dias depois, encara a Portuguesa, em Natal.
Fonte:O Globo