“Onde há muito eu, há pouco Deus…”

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Este é o ensinamento do Papa Francisco para nós neste sábado, caros amigos do Vatican News. O Evangelho da Liturgia de hoje apresenta-nos uma parábola que tem dois protagonistas, um fariseu e um publicano, ou seja, um homem religioso e um pecador confesso. Ambos sobem ao templo para rezar, mas só o publicano se eleva verdadeiramente a Deus, porque humildemente desce à verdade de si mesmo e se apresenta como é, sem máscaras, com a sua pobreza:

“Olhemos para nós mesmos: verifiquemos se em nós, como no fariseu, existe «a íntima presunção de ser justo» que nos leva a desprezar os outros. Acontece, por exemplo, quando procuramos elogios e enumeramos sempre os nossos méritos e boas obras, quando nos preocupamos em aparecer em vez de ser, quando nos deixamos apanhar pelo narcisismo e pelo exibicionismo. Vigiemos sobre o narcisismo e o exibicionismo, fundados na vanglória, que também nos leva a nós cristãos, nós sacerdotes, nós bispos a ter sempre uma palavra nos lábios, qual palavra? ‘Eu’: ‘eu fiz isto, eu escrevi aquilo, eu disse, eu compreendi-o antes de vós’, e assim por diante. Onde há muito eu, há pouco Deus. Na minha terra estas pessoas são chamadas ’eu-comigo para-mim só-eu’, este é o nome dessas pessoas. E uma vez falava-se de um sacerdote que era assim, centrado em si mesmo, e as pessoas brincavam, dizendo: ‘Ele quando faz a incensação, fá-la em volta de si, incensa-se’. Assim, faz com que caias até no ridículo. Peçamos a intercessão de Maria Santíssima, a humilde serva do Senhor, imagem viva do que o Senhor gosta de realizar, derrubando os poderosos dos tronos e elevando os humildes. (Angelus de 23 de outubro de 2022)
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