É o que nos pede o Papa Francisco ao comentar o Evangelho (Mc 12,38-44) deste XXXII Domingo do Tempo Comum.
Diante dos fiéis na Praça São Pedro para o Angelus, o Pontífice refletiu sobre a atitude de Jesus no templo de Jerusalém, que denuncia perante o povo a hipocrisia de alguns escribas.
A estes últimos era confiado um papel importante na comunidade de Israel: liam, transcreviam e interpretavam as Escrituras. Por isso, eram muito considerados e as pessoas lhes prestavam reverência.
Para além das aparências, no entanto, seu comportamento muitas vezes não correspondia ao que ensinavam. Alguns, de fato, olhavam os outros “de cima para baixo”, escondendo-se por detrás de uma fachada de falsa respeitabilidade e de legalismo, arrogavam-se privilégios e chegavam até mesmo a cometer verdadeiros furtos em detrimento dos mais fracos, como as viúvas. Em vez de usarem o seu papel para servir os outros, faziam dele um instrumento de prepotência e de manipulação.
Destas pessoas Jesus recomenda tomar distância, “ter cuidado”, não imitá-las. Pelo contrário, com a sua palavra e o seu exemplo ensina coisas muito diferentes sobre a autoridade. Ele fala dela em termos de abnegação e de serviço humilde, de ternura materna e paterna para com as pessoas, especialmente em relação às necessitadas. Convida a quem tem autoridade a olhar para os outros, a partir da sua própria posição de poder, não para humilhá-los, mas para elevá-los, dando-lhes esperança e ajuda.
Francisco retoma esses ensinamentos para os dias atuais e convida os fiéis a se questionarem: “Como me comporto nos meus âmbitos de responsabilidade? Ajo com humildade ou tiro vantagens da minha posição? Sou generoso e respeitoso com as pessoas ou as trato de forma rude e autoritária? E com os irmãos e as irmãs mais frágeis, estou próximo deles, sei inclinar-me para ajudá-los a se levantarem?”.
“Que a Virgem Maria nos ajude a combater a tentação da hipocrisia dentro de nós mesmos, a fazer o bem sem aparecer e com simplicidade.”
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