Número ficou abaixo da meta oficial de 5,5%. O ritmo lento da segunda maior economia do mundo foi impactado pelas fortes restrições da política de ‘Covid zero’ implantada no país.
O Produto Interno Bruto da China cresceu 3% em 2022, de acordo com dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (16). O número ficou abaixo da meta oficial de 5,5%.
O ritmo lento da segunda maior economia do mundo foi impactado pelas fortes restrições da política de “Covid zero” implantada no país, que confinou milhares de pessoas em bairros e condomínios inteiros. Após protestos, o país começou a flexibilizar a rígida política nos meses finais do ano.
André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, também destaca os impactos da Guerra na Ucrânia no resultado.
“O resultado veio abaixo do esperado por conta dos bloqueios sanitários aplicados no âmbito da política de Covid zero do país. Mas não só por isso. O desaquecimento da economia europeia, causado, sobretudo, pela guerra na Ucrânia e pelos primeiros impactos da uma política monetária restritiva, também colaboraram para o arrefecimento da segunda maior economia do mundo”, analisa Galhardo.
Galhardo também destaca os reflexos do resultado na economia brasileira.
“Uma China com menor vigor econômico representa menos demanda por produtos básicos, como a soja e o minério de ferro. O impacto, portanto, é potencialmente negativo para o Brasil”, explica.
Excluindo o crescimento de 2,2% após o início da pandemia de Covid em 2020, este é o pior resultado em quase meio século. Em 2021, o PIB da segunda maior economia do mundo cresceu 8,1%.
Em 2019, antes da pandemia, o PIB do país fechou em 6%.
População diminui
Também nesta segunda-feira (16), o Escritório Nacional de Estatísticas (ONE) divulgou que a população da China diminuiu pela primeira vez em mais de seis décadas no ano passado. No final de 2022, a população nacional da China era de 1,4 bilhão, o que significa “uma diminuição de 850 mil desde o final de 2021”, segundo o ONE.
A taxa de natalidade do país caiu para níveis históricos em meio ao envelhecimento da população, um declínio acelerado que, segundo analistas, pode prejudicar o crescimento econômico e pressionar as finanças públicas.
Fonte: G1