Francisco enalteceu a história da capital, o simbolismo das pontes e a vida dos santos da “pérola do Danúbio”. Budapeste, com efeito, é “chamada a ser protagonista do presente e do futuro”.
“Como esquecer 1956? E, durante a II Guerra Mundial, a deportação de dezenas e dezenas de milhares de habitantes, com a restante população de origem judaica encerrada no gueto e sujeita a numerosos massacres. Num tal contexto, houve muitos justos valorosos – penso no Núncio Angelo Rotta –, muita resiliência e grande empenho na reconstrução, de modo que hoje Budapeste é uma das cidades europeias com maior percentagem de população judaica, o centro de um país que conhece o valor da liberdade e que, depois de ter pago um alto preço às ditaduras, traz consigo a missão de guardar o tesouro da democracia e o sonho da paz”, destacou o Papa relembrando os dolorosos conflitos ocorridos no país.
Sendo um de seus objetivos na viagem a promoção da paz, deu ênfase também a este apelo em seu discurso: “No mundo em que vivemos, a paixão pela política comunitária e pelo multilateralismo parece não passar duma linda recordação do passado: parece-nos assistir ao triste ocaso do sonho coral de paz, enquanto avançam os solistas da guerra”.
O Pontífice fez memória de tantos santos que nasceram em terras húngaras: “É um grande ensinamento de fé: os valores cristãos não podem ser testemunhados com rigidez e isolamento, porque a verdade de Cristo inclui mansidão e gentileza segundo o espírito das Bem-aventuranças”.
Por fim, o Papa alertou sobre a necessidade de uma profícua colaboração entre Estado e Igreja, mas que “para ser fecunda, necessita de salvaguardar bem as devidas distinções”, e pediu a proteção dos santos e beatos, filhos de terras húngaras, confiando a eles o futuro do país. E encerrou com palavras em húngaro: Isten, áldd meg a magyart [ó Deus, abençoai os húngaros]!
Antes do discurso, o Papa se reuniu com a presidente do país, Katalin Novak, e com o primeiro-ministro, Viktor Orbán.
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