E a tecnologia foi um dos temas do seu discurso:
“Quantos indivíduos isolados – muita rede social, mas pouco sociais – recorrem, como num círculo vicioso, às consolações da tecnologia para preencher o vazio que sentem, correndo de forma ainda mais frenética, enquanto, súcubos de um capitalismo selvagem, sentem como mais dolorosas as suas fragilidades, numa sociedade onde a velocidade exterior anda de mãos dadas com a fragilidade interior.”
É neste contexto de “tons sombrios” que melhor resplandecem os papéis da cultura e da universidade:
“De fato a universidade, como o próprio nome indica, é o lugar onde o pensamento nasce, cresce e matura aberto e sinfónico. É o «templo» onde o conhecimento é chamado a libertar-se dos limites estreitos do ter e do possuir para se tornar cultura, isto é, «cultivação» do homem e das suas relações fundantes: com o transcendente, com a sociedade, com a história, com a criação.”
“É verdade! Os grandes intelectuais são humildes”, ressaltou ainda o Pontífice, sublinhando que, de fato, quem ama a cultura nunca sente ter chegado ao fim acomodando-se, mas sente dentro de si uma saudável inquietação.
Por fim, Francisco deixou aos presentes duas frases orientadoras: “Conhece-te a ti mesmo”, o oráculo de Delfos, e “a verdade vos tornará livres”, palavras ditas por Jesus no evangelho de São João (8,32), alertando o povo da Hungria para o risco de passarem do comunismo ao consumismo, com a falsa ideia de liberdade.
E deixou seus votos para a Universidade Péter Pázmány e para todas as Universidades: “Que sejam um centro de universalidade e liberdade, um fecundo estaleiro de humanismo, um laboratório de esperança”.
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