Sampaoli utilizou 22 jogadores em menos de um mês de Flamengo

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Comentaristas analisam testes do treinador argentino em início no clube

Jorge Sampaoli vive um início de trabalho com muitos testes no Flamengo. Prova disso é que o treinador colocou em campo 22 jogadores nos primeiros seis jogos no comando do clube.

Além de esquemas diferentes, o argentino rodou quase todo o elenco em busca de retomar o bom momento da equipe.

No site oficial, o Flamengo aponta 25 jogadores como fixos do elenco profissional. Dessa lista, apenas o goleiro Hugo, o zagueiro Pablo e o lateral-direito Varela não ganharam minutos em campo até agora. Além deles, outros garotos costumam figurar nas relações com frequência e também não foram aproveitados, como o zagueiro Cleiton, o volante Igor Jesus e o atacante André.

Sampaoli estreou no Flamengo no último dia 19 de abril, com vitória sobre o Ñublense. Desde então, o treinador comandou a equipe em seis partidas e apontou sete favoritos, que ganharam chances em todas: Santos, Fabrício Bruno, Léo Pereira, Wesley, Everton Ribeiro e Gabigol. Pedro também estava nessa lista, mas não atuou na derrota para o Athletico-PR, no último domingo, porque estava lesionado.

Contra o Furacão, o treinador completou testes em todas as posições: a lesão do goleiro Santos abriu espaço para a entrada de Matheus Cunha. O comandante também experimentou em outros setores ao colocar os pontas Marinho e Everton Cebolinha como alas no esquema 3-5-2.

  • O Sampaoli tem uma forma de jogar e já é nítido isso em quem vê o Flamengo. Existem algumas alternativas, por exemplo, Ayrton na base defensiva com Cebolinha na ponta; ou Ayrton na ponta esquerda com um outro defensor na base? Isso não é teste, é planejar melhor o time com relação ao adversário. Acredito que o departamento de futebol e a fisiologia do clube tenham também parcela nessa quantidade de trocas no time titular. Mas rodar o elenco qualificado do Flamengo não é fazer testes – disse Raed antes de continuar:
  • O problema é que quando você muda muito, os jogadores não conseguem criar as conexões necessárias para desempenhar bem. Quando você repete o time, principalmente num elenco de nível técnico tão bom, você cria nos jogadores o entendimento entre eles de onde e como se procurar – finalizou.

Pedro Moreno, por sua vez, acredita que o modelo propositivo de Sampaoli exige muita repetição para assimilação das ideias por parte dos jogadores.

  • Sempre foi uma tônica dos trabalhos de Sampaoli por onde passou a rotatividade intensa do elenco. E no Flamengo não está sendo diferente, com o agravante dele estar conhecendo o grupo de jogadores agora, em meio à temporada, com 6 jogos disputados em 19 dias. Com uma média de 1 jogo a cada 3 dias, o tempo é suficiente apenas pra recuperação física, vídeo e viagens. E sem tempo para treinar, principalmente pro modelo de jogo mais propositivo adotado por Sampaoli, que exige muita repetição pra assimilação dos jogadores, é difícil encontrar um padrão – comentou Pedro antes de prosseguir:
  • De início, até pelo pouco tempo, me parece que ele optou por usar jogadores com quem já tinha trabalhado e conhecia melhor as características, como Vidal e Marinho, por exemplo. Mas, conforme for conhecendo melhor o grupo, naturalmente, ele vai adaptar sua maneira de jogar às melhores peças que o grupo oferece. Embora o início não seja bom, continuo acreditando que o trabalho de Sampaoli no Flamengo pode dar muito certo, por se tratar de um grande treinador com um excelente elenco à disposição – encerrou.

Cautela com a base
Matheus França, Matheus Gonçalves, Victor Hugo e Wesley foram utilizados por Sampaoli. O lateral, porém, é quem mais se destaca com o técnico argentino e ficou em campo por 451 minutos – já que o jovem é a única opção de ofício na posição devido às lesões de Varela e Matheuzinho.

O trio, no entanto, acabou perdendo espaço com Sampaoli e a minutagem foi reduzida em relação aos técnicos passados. Antes de ser titular contra o Athletico, os minutos de Matheus França tinham reduzido em 60% comparando com Vítor Pereira. Com a chance do técnico argentino, o jovem soma 131 minutos em campo. Victor Hugo aparece na sequência com 89 minutos em campo, e Gonçalves somou somente 15 minutos com Sampaoli.

Fonte: Ge