Felipe Melo, do Fluminense, vê ingratidão do Flamengo e alfineta torcida: “Vento contra sempre é complicado”

Esportes

Volante diz que evitou rebaixamento do Fla em 2001: “Esse é um dos meus maiores troféus”

Revelado pelo Flamengo, Felipe Melo hoje é muito mais identificado com o Palmeiras, pelos títulos conquistados no clube entre 2017 e 2021, e com o Fluminense, seu atual clube e do corações de seus pais. Apesar das provocações, o volante declarou ser imensamente grato ao Rubro-Negro em entrevista ao canal “Flow Sport Club” no YouTube, mas considera que o sentimento não é recíproco e vê ingratidão por, em suas palavras, ter evitado o rebaixamento do time no início de sua carreira:

  • As pessoas têm pouca gratidão dentro do futebol, né? Eu fiquei mais de 10 anos da minha vida no Flamengo, e tenho uma gratidão imensa pelo Flamengo. As pessoas ficam assim: ‘Esse cara tem muita raiva do Flamengo’. Eu não tenho raiva. O maior respeito que eu posso demonstrar ao Flamengo, e qualquer clube que eu estiver, como estou hoje no Fluminense, é entrar em campo e dar minha vida.

Com 18 anos, eu tirei o Flamengo da Segunda Divisão. Aquele jogo em Juiz de Fora, se o Flamengo empata cai para a Série B. Eu acabo de entrar em campo e faço o gol que tira o Flamengo da Série B. Esse é um dos meus maiores troféus. (…) E hoje os caras ficam me xingando muito. Então essa gratidão não é recíproca”

O jogo a que Felipe Melo se refere foi Flamengo 1 x 0 Inter no Campeonato Brasileiro de 2001, em que o volante entrou no segundo tempo e marcou o gol da vitória. Na época, era a antepenúltima rodada, e o Rubro-Negro estava na zona de rebaixamento, mas com o resultado o time deixou o Z-4. Depois disso, o Fla perdeu do São Caetano e venceu o Palmeiras na última partida, terminando dois pontos à frente do rebaixado Santa Cruz, primeiro da zona.

Felipe Melo também aproveitou para alfinetar a torcida do Flamengo. Ao elogiar a do Fluminense, que vem comparecendo em peso aos estádios desde o ano passado, o volante lembrou a final da Libertadores de 2021, em que o Palmeiras foi campeão sobre o Rubro-Negro no Uruguai, e provocou:

  • Nós sabemos que a torcida do Fluminense quando vai em peso ao Maracanã ou em qualquer estádio que a gente vai jogar, ela automaticamente fala assim: “Eu confio em vocês. Não fazia isso há alguns anos atrás, mas estou fazendo agora porque eu confio em vocês”. Essa confiança é um combustível para a gente entrar em campo e falar: “Meu irmão, não importa, a gente tem que correr por nós, por nossa família e tal, mas os caras estão aí, pô. Vamos, vamos”… O torcedor é peça fundamental, como foi o torcedor do Palmeiras naquela final, mesmo tomando um gol.

É o que falam, naquele jogo ali estava o vento contra, né? Mas vento contra sempre é complicado (risos). Agora está vento contra no Rio também, porque o torcedor do Fluminense também está fazendo a festa legal”

Além disso, Felipe Melo revelou que após deixar o Palmeiras chegou a estar fechado com o Inter, mas considera que ter se transferido para o Fluminense depois foi a melhor coisa que lhe aconteceu:

  • Eu estive muito perto de ir para o Internacional de Porto Alegre. Já tinha aceitado a oferta, mas fiz uma coisa que confesso ter sido a primeira vez. Eu e minha esposa dobramos os nossos joelhos e pedimos a Deus: “Queremos ir a um lugar onde o Senhor prepare para que possamos estar, onde eu possa ajudar pessoas, fora de campo também. Fecha todas as portas e abra só uma”. E a do Inter fechou. Acho que o presidente lá falou alguma coisa, sei lá o que aconteceu. Já estava tudo certo, não sei ao certo o que aconteceu, mas problema zero. E abriu a porta do Fluminense, foi rápido. Sem dúvida foi muito acertado vir para o Fluminense, que é o clube dos meus pais. (…) Então ficou marcado pela maneira que fui recebido pelos companheiros, pela torcida, foi fantástico.

Fonte: Ge