Rubro-Negro viveu altos e baixos no primeiro semestre da temporada; a pausa acontece justamente no momento em que o clube acumula os melhores resultados
O mês de junho chegou e a data Fifa trouxe um descanso ao Flamengo, que estreou na temporada 2023 há exatos cinco meses e um dia. O início do ano foi marcado por uma crise com os títulos perdidos e que se estendeu até a troca de comando. O ar de esperança chegou ao clube com Jorge Sampaoli, que vive a maior sequência de invencibilidade do futebol brasileiro – dez jogos.
O balanço do Flamengo até o momento é de 39 jogos: 22 vitórias, seis empates e 11 derrotas. Ao todo, 76 gols marcados e 43 gols sofridos. O aproveitamento é de 61,53%. Dos quatro títulos disputados, o clube não conquistou nenhum. Acumulou três vices (Supercopa, Recopa e Carioca), além do amargo terceiro lugar no Mundial de Clubes.
Vítor Pereira foi o responsável por 18 jogos: 10 vitórias, um empate e sete derrotas. O treinador não resistiu após perder o título do Carioca para o Fluminense com goleada por 4 a 1, mesmo após abrir vantagem de 2 a 0 no jogo de ida. O português não superou o Palmeiras na Supercopa, e o Independiente del Valle na Recopa
Apesar dos vices, o gosto amargo mesmo veio do Mundial. A derrota na semifinal para o Al Hilal por 3 a 2 fez o Flamengo experimentar o que nunca tinha acontecido na história do clube: participar da disputa pelo terceiro lugar. A vitória por 4 a 2 em cima do Al Ahly impediu que o vexame não fosse maior para o Rubro-Negro.
Sampaoli: a esperança
Com a saída de Vítor Pereira, o nome de Jorge Jesus até voltou a ventilar no Ninho do Urubu. Mas a falta de garantia da parte do português fez o Flamengo tornar outro Jorge o ‘plano A’: Sampaoli. A negociação com o argentino não foi complicada devido ao desejo dele em realizar o sonho de comandar o Rubro-Negro.
A contratação de Sampaoli trouxe ao Flamengo uma esperança de recuperar a temporada. A estreia foi com pé direito, com vitória em cima do Ñublense, pela Libertadores no Maracanã. Porém, nos cinco jogos seguintes, o técnico viveu o primeiro período de questionamento: derrotas para Internacional, Botafogo e Athletico, além do empate com Racing na Argentina e a goleada no Maringá.
O revés para o Furacão, na Arena da Baixada, marca a virada de chave de Sampaoli no Flamengo. Foi a última derrota do time, que vive a maior sequência de invencibilidade entre os times da Série A do futebol brasileiro. São sete vitórias e três empates. No período, uma classificação às quartas da Copa do Brasil diante do rival Fluminense e uma classificação encaminhada para oitavas da Libertadores.
São quatro vitórias consecutivas – Fluminense, Vasco, Racing e Grêmio -, algo que não acontecia desde agosto de 2022, quando o time venceu seis jogos com Dorival Júnior no comando. O bom momento, porém, será interrompido pela data Fifa, que traz a expectativa de que Sampaoli dê a equipe cada vez mais as suas características de jogo.
Uma grande venda quase dobra meta orçamentária
A novela durou quase um mês e, apesar das investidas do Lyon (França), o Flamengo cumpriu o acordo com o Wolverhampton (Inglaterra) pela negociação de João Gomes. O volante foi vendido por 18,7 milhões de euros – R$ 103,2 mi na cotação atual.
A negociação quase dobrou a meta orçamentária com vendas em 2023, que inicialmente era de R$ 61,4 milhões. Outros dois Garotos do Ninho também entram na conta: o zagueiro Thuler, para o Vissel Kobe (Japão) e o lateral-esquerdo Ramon, para o Olympiacos (Grécia). O trio rendeu cerca de R$ 115 milhões
A saga de João Gomes, porém, ganhou um outro capítulo. O Flamengo cometeu um equívoco, pagou João Gomes errado, e Justiça bloqueou R$ 1,9 milhão do xará “premiado”. Quem recebeu o valor inicialmente foi um jogador de basquete saiu do clube em 2020 e possui o mesmo nome e sobrenome do atleta do futebol.
Retorno de Gerson e dois reforços aguardados para julho
O ano começou com uma boa notícia para os torcedores: o Flamengo repatriou Gerson ao pagar 16 milhões de euros – cerca de R$ 92 milhões na cotação da época – para o Olympique de Marseille (França), clube que comprou o jogador rubro-negro em 2021.
O volante foi o primeiro reforço do ano e, até o momento, é o único que já atua com o elenco. Isso porque, o Flamengo acertou a contratação de duas peças, por meio de um pré-contrato. Ou seja, o goleiro Agustín Rossi e o ponta-direita Luiz Araújo reforçam o clube somente a partir da janela de julho.
Rossi está de férias em Buenos Aires e a expectativa é que se apresente ao Flamengo nas últimas semanas de julho. Luiz Araújo ainda não tem data certa para desembarcar, mas com a temporada da MLS se encerrando na última semana de junho, o jogador se apresenta logo em sequência.
Atos de indisciplina
Atitude incomum no futebol brasileiro, o Flamengo conviveu com dois atos de indisciplina de dois diferentes jogadores do elenco. Vidal foi o primeiro ainda no início do ano, quando cometeu dois erros e recebeu uma multa.
O primeiro aconteceu durante uma live em que disse que “se o Colo Colo quisesse ser campeão da Libertadores, teria de buscá-lo no Rio”. O outro deu-se no fim da vitória por 1 a 0 sobre o Boavista, na última terça-feira, quando arremessou as chuteiras no gramado ao saber que não seria utilizado.
A outra situação – e mais recente – aconteceu com Marinho. O atacante se recusou a viajar para enfrentar o Ñublense após relatar dores. Desde então, o jogador treina separado do restante do elenco e Sampaoli já falou que Marinho não faz parte dos planos. Nem do comando do futebol, que ficou muito incomodado com a postura do atleta, e nem da comissão técnica.
Marinho, porém, aguarda reintegração para cumprir o contrato até dezembro de 2023, quando se encerra o vínculo com o Flamengo.
Gabigol e mais um recorde
Para ficar para história: foi com a camisa do Flamengo na temporada 2023 que Gabigol se tornou o maior artilheiro brasileiro da Libertadores. O gol que coroou o feito foi contra o Racing, ou seja, o 30º na carreira do atacante na competição – sendo 29 pelo Rubro-Negro e um pelo Santos.
Logo depois, o camisa 10 marcou contra o Ñublense e chegou aos 31 gols na Libertadores. Com este tento, Gabigol se tornou o quarto maior goleador da história da Libertadores ao lado de Daniel Onega (ARG). Os uruguaios Fernando Morena e Pedro Rocha estão em segundo, com 37. O líder é o equatoriano Alberto Spencer, com 54 gols.
Fonte: Ge
