O Senado aprovou, por 58 votos a 18, a indicação do advogado Cristiano Zanin para ocupar a vaga deixada por Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF). A escolha foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Zanin ganhou destaque por sua atuação na defesa de Lula durante os processos da Operação Lava Jato e na campanha presidencial de 2022.
A sabatina de Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) durou cerca de 8 horas e foi uma etapa obrigatória para sua posse no STF. Durante a sabatina, ele enfatizou que não agirá como um “subordinado” de Lula na Corte e que acredita que posições democráticas devem prevalecer sobre quaisquer outros interesses.
O advogado foi questionado sobre diversos temas, incluindo sua posição em relação à Lava Jato, o papel do STF na defesa da Constituição, a não interferência do tribunal no processo legislativo, questões como casamento homoafetivo e aborto, e o combate à corrupção.
Um momento de destaque ocorreu durante os questionamentos do senador Sergio Moro, ex-juiz federal responsável pelos casos da Lava Jato em Curitiba. Moro questionou Zanin sobre sua relação com Lula e se ele se declararia suspeito para julgar processos relacionados à Lava Jato. Zanin respondeu que teve uma convivência frequente com o ex-presidente por ser seu advogado, mas afirmou que só se declararia impedido de julgar processos em que atuou como advogado no STF. Ele argumentou que a simples menção à Lava Jato não deve ser critério suficiente para suspeição ou impedimento.
Com a aprovação, Zanin poderá atuar no STF por até 28 anos, considerando as regras atuais de aposentadoria. A votação foi exclusiva do Senado, já que não há votação na Câmara dos Deputados para indicações de ministros do STF.