“O amor é a única coisa que pode transformar o mundo. Por isso dissemos, no domingo passado, que se há realmente um desejo de paz no governo, é preciso ir às raízes da paz: justiça e amor. Um amor que nos faz perdoar uns aos outros, que nos faz largar nossas armas para nos dar um abraço de irmãos. Um amor que nos faz olhar a Deus e dizer-lhe: Obrigado Pai porque me deste a capacidade de amar; Não quero perdê-la em uma asfixia de inferno; largar esses ódios, essa inveja, essa má vontade. Paulo VI disse que quando olhamos para o homem com amor, já chegamos aos limites de Deus; porque aquele homem que amamos e respeitamos é a imagem de Deus. (…)
Por isso, já nesta terra, não há maior alegria ou ocupação mais nobre do que a dos santos que trabalham com o coração posto em Deus. Isso não significa uma “beatice” que só pensa em Deus e não pensa nos deveres da terra.
Na parábola do Bom Samaritano temos a condenação de todo aquele que pensa em honrar a Deus e se esquece do próximo; nem o sacerdote, nem o levita, nem qualquer homem que, por ir a missa, por ir adorar a Deus, pensando em Deus, esquece as necessidades dos outros.
E este é um dos movimentos que a Igreja atual está promovendo; e muitos, quando se fala do homem, pensa que a Igreja se afastou da sua missão eterna. O Papa, no final do Concílio Vaticano II, negou esta acusação. Se nos curvamos ao homem necessitado e angustiado, em sua pobreza, em sua miséria, é porque o coração está posto em Deus.”
- São Oscar Romero, homilia, julho de 1977.
Por : @apostoladocaritas