O menino estava comendo arroz, lentilhas e salada na sua merenda escolar.
O pequeno Mateo é filmado com uma porção do frango da merenda que recebeu na escola separado em um saco plástico, e revela que vai levar para sua casa.
Pouco tempo depois que o Brasil saiu do Mapa da Fome, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a onda deformadora do Estado – que teve início em 2016 – com o desmonte de políticas públicas, precarização do trabalho, empobrecimento progressivo e, posteriormente, com a má gestão do atual governo da pandemia do novo coronavírus, a população se tornou cada vez mais vulnerável à fome. São 125,2 milhões de pessoas passam por algum tipo de Insegurança Alimentar, e 33 milhões passam fome, o dobro dos dados de 2019/2020. Inclusive, o fechamento de escolas e a ausência de merenda escolar foram um dos fatores que contribuíram com esses números, aumentando a evasão escolar e a fome.
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Menino separa frango da merenda escolar para levar para casa: “É para mamãe”
O menino estava comendo arroz, lentilhas e salada na sua merenda escolar.
Agatha RodriguezAgatha Rodriguez03/10/2022Atualizado:22/12/20234 Min. leitura
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Foto: Reprodução/Twitter
O pequeno Mateo é filmado com uma porção do frango da merenda que recebeu na escola separado em um saco plástico, e revela que vai levar para sua casa.
Pouco tempo depois que o Brasil saiu do Mapa da Fome, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a onda deformadora do Estado – que teve início em 2016 – com o desmonte de políticas públicas, precarização do trabalho, empobrecimento progressivo e, posteriormente, com a má gestão do atual governo da pandemia do novo coronavírus, a população se tornou cada vez mais vulnerável à fome. São 125,2 milhões de pessoas passam por algum tipo de Insegurança Alimentar, e 33 milhões passam fome, o dobro dos dados de 2019/2020. Inclusive, o fechamento de escolas e a ausência de merenda escolar foram um dos fatores que contribuíram com esses números, aumentando a evasão escolar e a fome.
Relatório das Nações Unidas ainda apontam que a fome tem aumentado no mundo inteiro, sendo diretamente relacionada aos movimentos de direita que conquistam espaço em vários países. O documento “Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2022” aponta que, no mundo, o número de pessoas afetadas pela fome subiu para 828 milhões, afetando quase 10% da população mundial.
Um vídeo de um menino chamado Mateo, do Panamá, chamou a atenção dos internautas recentemente, isso porque ele é filmado pela professora com uma porção da sua merenda escolar separada em uma sacola plástica. De acordo com as informações dos portais de notícias locais, ele estava comendo arroz, lentilhas e salada, quando a mulher percebeu que tinha algo errado com o prato do pequeno.
Ela se aproxima e pede que ele mostre onde está o frango que tinha sido servido na merenda, e o pequeno mostra que tinha separado em uma sacola plástica, deixando cuidadosamente ao seu lado. A professora perguntou o que o motivou a separar a porção do alimento, podendo supor que ele não gostasse de frango, ou mesmo que quisesse comer mais tarde, mas ele explicou que queria levar para casa, para que sua mãe comesse.
Percebendo que a resposta de Mateo poderia indicar que ele está em situação de vulnerabilidade econômica ou que sua família pode enfrentar um contexto complexo, a professora o parabenizou pelo gesto, dizendo que era algo muito bonito que estava fazendo. Em pouco tempo, o vídeo acabou viralizando nas redes, e muitos questionaram se o menino estava passando por algum tipo de insegurança alimentar em casa, ou se ele apenas separou o alimento porque queria que a mãe provasse.
Nos comentários dos vídeos que foram compartilhados nas redes, muitas pessoas reforçaram que o menino poderia apenas ter pensado na mãe, imaginando que ela também gostaria de provar aquele frango, talvez por ter sido muito bem preparado ou até mesmo porque sempre divide tudo com a matriarca. Outros alegaram que poderia ser porque ela não tinha o que comer em casa, algo que muitas famílias relataram nos últimos anos, tendo mandado os filhos para a escola para que tenham a possibilidade de comer a merenda.
Fome e a relação com a educação
São muitos os casos de famílias inteiras que buscam instituições escolares que ofereçam boas merendas, para que os filhos possam ficar o dia inteiro. A fome é uma questão atual, que tem sido cada vez mais fomentada pelo capitalismo que sequestra terras produtivas, as convertendo em apenas mais um lote que produz produtos para exportação, como é o caso do Brasil com o milho, a cana-de-açúcar e a soja, que ocupam grandes porções de hectares, esgotam o solo e sequer geram alimento para a população.
Durante a pandemia, quando as escolas foram fechadas no Brasil e no mundo para frear a transmissão do novo coronavírus, as instituições se eximiram de comprar alimentos da agricultura familiar, e sequer fizeram uma previsão de quantas famílias passariam fome caso não recebessem a merenda escolar – mesmo que de outra forma, adaptada para o contexto de crise sanitária que o país enfrentava.